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Artigo:

O empreendedor discreto

           Na era da informação, quando o que parecia ficção vira realidade do dia pra noite, como mágica, quando a única certeza que podemos ter sobre qualquer coisa é de que logo vai mudar e quando as profissões tradicionais, que conhecemos desde o tempo dos nossos pais e avós, parecem estar perdendo a utilidade prática, vencidas pelos programas de computador e pelos novos conceitos de produtividade, podemos pensar: o que nos resta fazer, então?

          Hoje o conceito de empregabilidade está mudando. Você não vende mais o seu diploma, você vende o que você é como pessoa, porque o conhecimento está mudando constantemente e ninguém pode mais dizer que é o que estudou, pois aquele conhecimento pode já nem mais ser necessário dentro de mais alguns anos ou meses, enquanto outras necessidades de conhecimento surgem todo dia.

Empregabilidade tornou-se a palavra da moda, obrigando as pessoas a buscarem uma perfeição inalcançável apenas para poderem sobreviver no ‘mercado de trabalho’...

          Mas uma outra palavra também parece estar surgindo como uma forma de salvação e que promete resolver o problema da empregabilidade, o empreendedorismo...

Empreender é criar, transformar, agir pra criar resultados.

            Todos temos na mente a imagem do empreendedor como alguém que consegue abrir o próprio negócio e dele obter o lucro que lhe permite a subsistência, o sucesso pessoal, profissional e a prosperidade. Empreender parece mesmo ser uma solução mágica, que pode resolver todos os problemas de uma pessoa e ainda lhe trazer a auto realização tão sonhada, entretanto, cuidado!

Tem muita gente que entre o esforço de SE melhorar como indivíduo dentro de uma organização e a liberdade de empreender por conta própria, resolve apostar tudo em empreendimentos perfeitos, sonhos acalentados por anos e que acabam se tornando miragens inalcançáveis.

          Abandonar uma carreira profissional em busca de um sonho nem sempre é o melhor caminho, pois os empreendimentos também exigem todas as qualidades que lhe são cobradas dentro das empresas, e até mais, com a diferença de que, independente do seu esforço, podem não lhe dar o retorno esperado, nem mesmo para a sua subsistência, ao contrário de um emprego formal que, por mais concorrido e estafante que seja, lhe garante um salário no fim do mês.

            Mas, de qualquer forma, você sempre pode ser um empreendedor. Você pode empreender em si mesmo, no seu desenvolvimento pessoal e não apenas profissional. Lhe exigem mais dinamismo? Pratique essa habilidade, leia sobre este assunto, converse mais com pessoas que considera dinâmicas, vire-se do avesso, mexa-se! Se o problema é falta de liderança, há cursos que lhe darão essa habilidade também. Seja alegre e otimista, encontre os meios pra isto dentro de você mesmo, porque é para o seu bem. Importante: procure melhorar o seu caráter, pois, pra isto, não há cursinho. Faça autocrítica, seja humilde, mas determinado, e aprenda que às vezes é preciso perder pra avançar. Não queira ganhar todas.

          Seja um empreendedor de si mesmo, torne-se ‘empregável’ sem chamar a atenção, apenas torne-se necessário e procure ser encarado como uma solução e não como mais um problema para a organização. Ninguém precisa saber que você está empreendendo a própria mudança, seja discreto, mas continue firme e determinado no seu ‘empreendimento’. Seja um empreendedor discreto.

            Neste mundo onde tudo muda e onde as exigências e competências mudam todo dia, manter-se 'empregável', empregado e ter sucesso profissional pode ser o maior dos empreendimentos que você pode fazer na sua vida.